O cenário cambial é um fator de grande relevância para o comércio exterior e influencia todas as operações logísticas na movimentação das mercadorias.
Ele pode ser determinante na viabilidade das mercadorias e serviços para empresas que trabalham em nível internacional ou cujos produtos e serviços sofram com a influência de aspectos globais (praticamente todas, em menor ou maior grau).
A variação cambial é, inegavelmente, um acontecimento que ocorre de maneira constante entre as moedas dos países que se relacionam comercialmente no exterior, de forma que fomenta a economia internacional afetando as relações e o valor da moeda ao redor do mundo.
Neste artigo falaremos sobre alguns conceitos básicos acerca da variação cambial e o que mais movimenta esse cenário na atualidade.
Confira a seguir a avaliação de cenário que nossa colega Tatiane Magagnin do Departamento de Controladoria do time AIN Global preparou sobre esse importante assunto!
O que é variação cambial?
Conceitualmente, a variação cambial é a oscilação entre moedas nas operações de comércio exterior que se dá pela diferença percebida no valor entre a data de compra e o dia do pagamento.
Em um cenário cambial conturbado, vivenciado pela rotina econômica e financeira de vários países neste momento, a variação cambial impacta fortemente as bolsas de valores. Como consequência, é de se esperar que essa oscilação entre as diversas moedas influencie diretamente na rentabilidade dos investimentos.
Essa inconstância financeira será motivada por fatores como flutuações do mercado ou por variações relevantes da inflação.
Isto é, a taxa de câmbio parametriza o reflexo entre os valores de bens e de serviços ou outros fatores produtivos a partir dos preços praticados nos países.
O que é política cambial e quais são as suas características?
Atualmente, o cenário cambial com toda a sua volatilidade afeta diretamente a política cambial na rotina dos investidores que têm relações comerciais com o exterior. Além da influência que o câmbio exerce nos produtos e bens em nosso país, diante de tudo que importa ou exporta.
Sendo assim, pode-se contextualizar a política cambial como um conjunto de ações que se definem como as relações financeiras estabelecidas entre os países.
As ferramentas utilizadas pelo BACEN (Banco Central do Brasil) traçam o valor do Real frente às demais moedas, por meio dessa política que norteia o cenário cambial. Essas políticas podem ser divididas em:
- câmbio fixo com um valor fixo para moeda local;
- câmbio flutuante com valor da moeda dependente do mercado; e
- banca cambial com valores mínimo e máximo na transição cambial.
Apreciação
Ocorre sempre que o Governo valoriza a moeda local em decorrência das demais, o que significa que será necessário o pagamento maior pela moeda de outro país.
Depreciação
Esse processo toma o caminho contrário no cenário cambial, ou seja, a moeda nacional se desvaloriza em relação ao valor de outras.
Dessa forma, os países do exterior pagam menos pela moeda local desvalorizada, aumentando a competitividade, tornando os produtos mais atrativos por conta dos baixos valores.
O que movimentou o cenário cambial no mês de julho?
Avaliando atenciosamente o mês de julho é possível confirmar o que parece ser um sentimento coletivo. Há uma agitação no mercado resultado de várias razões que impactaram não só no cenário cambial, mas a economia mundial.
Eleições no Brasil
Certamente é preciso contextualizar o cenário nacional brasileiro no qual ocorrerão as eleições presidenciais no final de 2022. Além de outros acontecimentos marcantes para a política socioeconômica: a saída de mais um presidente da Petrobrás e a alta constante nos preços de combustível, gás e derivados.
As eleições ocorrem em primeiro turno em Outubro e conforme as pesquisam apontam este ou aquele vencedor, o posicionamento dos candidatos, o mercado e as variações cambiais também reagem de acordo.
Inflação e Juros nos Estados Unidos
Nesse momento do cenário cambial os EUA enfrentam a maior inflação dos últimos 41 anos. Fato é que esse evento reflete na alta generalizada dos preços em itens essenciais como gasolina, habitação e alimentos.
Diante dos fatores que elevaram a inflação, e a estimativa de persistências deles, especialistas avaliam que o FED (Banco Central dos Estados Unidos) terá papel fundamental para domar a alta. O órgão terá de ser ainda mais incisivo com seus aumentos nas taxas de juros.
Ocorre que os juros americanos estão atualmente entre 1,5% e 1,75% e o FED ainda tem mais quatro reuniões para definir novas taxas até o final do ano. Para justificar, afirmam que a alta da inflação pode ser explicada pela junção de fatores, como, por exemplo:
- aumento da demanda de consumidores;
- mercado de trabalho aquecido;
- cadeias de suprimentos insuficientes;
- os altos preços de combustíveis;
- escassez de alimentos decorrente da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A China, a pandemia e a crise imobiliária
Além disso, um novo lockdown ocorreu na China por conta do aumento considerável no número de casos de Covid-19. Isso levou, consequentemente, ao fechamento dos portos do maior fornecedor do mundo, atrasando o envio das mercadorias e formando grandes filas de navios.
Com efeito, o minério de ferro sobe de valor e prolonga um rally estimulado pelas esperanças de uma recuperação econômica da China no terceiro trimestre, maior produtora e consumidora de aço do mundo.
Da mesma forma no que diz respeito à crise imobiliária. O atraso no pagamento de hipotecas causa grandes impactos financeiros com repercussões internacionais na economia mundial. Isso porque a China é uma das maiores potências econômicas globais.
Situação na Europa
O papel da Europa para impactar o cenário cambial ocorre por conta do aumento recorde da inflação, somado à renúncia do primeiro-ministro Boris Johnson de seu cargo. A inflação de 12 meses na Zona do Euro atingiu um nível mais alto da história e chegou a 8,6% em junho de 2022.
Como resultado, o aumento de 0,5% nos juros depois de onze anos sem a ocorrência desse fato discrepante na saúde financeira do continente.
A Guerra entre Rússia e Ucrânia ultrapassa 5 meses
O conflito entre a Rússia e Ucrânia já ultrapassa mais de cinco meses. De tal sorte que influencia também a crise europeia. Isso porque a liberação do gás para aquecimento da Europa está virando moeda de troca na barganha de um joguete político que deixa a vida de cidadãos à mercê da instabilidade das negociações.
Esse cenário econômico resultante de diversos fatores inegavelmente fortalece o dólar e resulta numa perda de 12% do valor do euro em 2022. Como consequência da inflação global, elevação dos juros norte-americanos e crise energética na Europa, testemunhamos, portanto, a paridade incomum entre o dólar e o euro.
Uma Argentina em Crise
Vindo na mesma vertente, da mesma forma o Banco Central da Argentina elevou a sua taxa básica de juros porque também sofre um dos mais altos níveis de inflação nos últimos tempos. Fato é que o peso está entre as moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar.
Cada um desses acontecimentos soma para toda a volatilidade das moedas existente no cenário econômico. Isso porque a pressão cambial é a combinação especial de dois fatores: o aumento dos juros nos EUA e os desequilíbrios macroeconômicos de cada um dos países.
Em resumo, vale dizer que essa inconstância financeira continuará forte, pois há muita incerteza no mundo diante de todas essas questões nestes países que mais são impactados. Assim, o preço do dólar segue cada vez maior por conta do cenário cambial externo e da inflação ao redor do mundo.
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